Resumo
Introdução. Apresentamos a vigésima terceira edição do Registro Latinoamericano de Reproducción Asistida (RLA). Esta edição relata os ciclos realizados por 145 centros em doze países, e corresponde ao segundo relatório que registra informação individual, também conhecido como “registro caso a caso”.
Métodos: Todos os centros relataram eletronicamente a informação de ciclos de reprodução assistida iniciados no ano 2011; os dados foram incorporados à base de dados do RLA logo após ser confirmada sua consistência interna. Assim, um total de 41.232 procedimentos foram incluídos, que correspondem a 28.065 ciclos homólogos ( 4.089 ciclos iniciados de FIV e 23.976 ciclos iniciados de ICSI); 6.909 ciclos de FET e 6.258 ciclos OD; e 14 casos de GIFT, que não foram incluídos neste relatório.
Resultados: Trinta oito por cento das TE em ciclos de FIV/ICSI foram realizadas em mulheres entre 35 e 39 anos; e 25% foram realizadas em mulheres de 40 anos ou mais. As taxas de parto por aspiração em ciclos de ICSI e FIV foram 20.7% e 23.9%, respectivamente; a frequência de parto múltiplo foi de 22.3% (21.0% duplos e 1.3% triplos e maiores). Quando se transferiu > 2 embriões, não houve um aumento significativo nem na taxa de parto nem na frequência de parto gemelar dupla. Entretanto, a proporção de parto triplo aumentou significativamente quando se transferiu ≥ três embriões. Em ciclos com OD, a frequência de parto duplo e triplo foi de 28.5% e 1.6%, respectivamente. Em ciclos de FET, a frequência de parto duplo e triplo foi de 17.8% e 1.4%, respectivamente. Os partos múltiplos se associaram com um aumento significativo na prematuridade e mortalidade perinatal. Em ciclos FIV/ICSI, a taxa de parto ao transferir seletivamente um embrião foi de 19.8%, e ao transferir dois embriões, 35.8%. Em mulheres com 34 anos e menos, estas taxas foram 29.6% e 39.5%, respectivamente. E em ciclos de OD, estas taxas foram de 25.0% e 38.1%, respectivamente.
Conclusões: Em geral, as taxas de parto relatadas são comparáveis às publicadas por países da Europa. Entretanto, os centros devem extremar esforços para diminuir o número de embriões transferidos, e assim reduzir a frequência de parto múltiplo e as complicações perinatais derivadas. É importante esforçar-se por restringir as transferências embrionárias a um ou dois embriões e com isto eliminar os riscos derivados da prematuridade que acompanha a gestação múltipla de alta ordem.