Reportam-se os resultados de 12.274 procedimentos de Reprodução Assistida durante 1998 em 84 centros afiliados à REDE. Além disso, um análise longitudinal dos procedimientos realizados entre 1990 e 1998 foi incluída. Como foi nos anos anteriores, o Brasil e a Argentina contribuíram com a maioria dos procedimentos da Região.
Dos procedimentos realizados em 1998, 37.3% corresponde a FIV, 40.3% a ICSI e 19.2% a Hatching assistido, Soft/Tomi e à combinação de procedimentos. Assim, as técnicas que incluem a micromanipulação de gametas cresceu de 3.7% dos procedimentos em 1993 a 59.6% em 1998.
A idade da mulher também tem experimentado certas alterações. Em 1990, 66.5% da população era menor de 35 anos e 8.7% tinha 40 anos ou mais. Em 1998, 50.4% das mulheres era menor de 35 anos e 13.9% tinha 40 anos ou mais.
As taxas de gravidez clínica (TEC) e de partos com nascidos vivos por aspiração foram de 24.5% e 19.1 % para FIV e de 26.2% e 20.2% para ICSI, respectivamente. 11.074 transferências realizadas deram origem a 3.253 nascidos vivos (1.078 únicos, 1.065 gêmeos, 396 trigêmeos e 84 quadrigêmeos ou mais) .
Tanto em termos globais como ao interior de cada categoria diagnóstica, a TEC por aspiração diminui com a idade da mulher. O efeito da idade afeta da mesma maneira a taxa de implantação que cai de 13.7% para mulheres de 35 anos a 6.5 % em mulheres de 40 anos ou mais.
Ao comparar em longitude a taxa de gravidez por transferência em FIV, observa-se que desde 1995 houve um aumento significativo que aparece em cada ano. Da mesma maneira, em 1998 a taxa de implantação de FIV é significativamente mais alta que a de 1995, o que nos sugere uma melhoria na manipulação das técnicas de Reprodução Assistida.
Em termos globais, a TEC é mais alta na medida em que aumenta o número de embriões transferidos tanto em FIV como em ICSI. Este aumento é significativo até a transferência de quatro embriões. A transferência de mais embriões não representa um aumento nas taxas de gestação, só aumenta a taxa de gestação múltipla.
A taxa global de gestação múltipla nos últimos anos tem-se mantido perto de 30%. De certa maneira, isto é consequência do número de embriões transferidos que tem-se mantido numa média de 3.3. A taxa global de gestação múltipla ao se transferir dois, três ou quatro embriões aumenta de 15.3% a 27.7% e a 33.4%, respectivamente. O problema adicional é que ainda que não aparecem os trigêmeos ou mais, ao transferir dois embriões, ao transferir três, a gestação múltipla extrema aumenta a 4.1% e 11.8% ao transferir quatro embriões. Em mulheres acima de 40 anos, não aparecem trigêmeos ao transferir três, quatro ou cinco embriões, contudo a taxa de gêmeos chega a 40% ao transferir quatro embriões. Considerando-se que a gestação múltipla é sinal de eficiência reprodutiva, o conceito de transferir mais embriões na mulher mais velha não é necessariamente uma expressão de boa prática médica. A RED fará todos os esforços educacionais para preparar aos centros na transferência de um número menor de embriões e assim evitar o flagelo que é a gestação múltipla extrema.
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